A reportagem de capa da edição de junho da GALILEU destaca as dificuldades de um contato próximo entre médicos e pacientes. Um estudo recém lançado, no entanto, mostra que essa relação é mais importante do que se imaginava.
Apesar de estudos anteriores já terem apontado os benefícios de manter o mesmo médico por um longo tempo, por se manterem mais informados sobre a própria saúde e tomar mais medidas preventivas, na nova pesquisa os cientistas revisaram estudos para concluir: o cuidado contínuo pode salvar vidas.“Basicamente, estamos dizendo que num momento em que a ênfase na imprensa é sobre novas máquinas e tecnologias, este é um artigo que mostra que o lado humano da medicina ainda é muito importante e até mesmo uma questão de vida ou morte”, disse Denis Pereira Gray, primeiro autor da pesquisa.
Conforme publicou junto com sua equipe no BMJ Open, que inclui pesquisadores das universidades de Exeter e de Manchester, eles buscaram pesquisas previamente publicadas para descobrir estudos que incluíam dados sobre a continuidade da relação profissional entre médico e paciente, bem como informações sobre mortalidade. A equipe encontrou 22 estudos que se encaixavam nos critérios, todos publicados desde 2010. Eles aconteceram em nove países diferentes, dos EUA à Inglaterra, Coréia do Sul e Israel.
Embora os estudos fossem executados de maneiras diversas, seus resultados foram agrupados e analisados em conjunto. Os cientistas descobriram que 18 dos estudos mostraram uma ligação marcada entre o aumento da continuidade do cuidado e a redução das taxas de mortalidade.
Um paciente de cirurgia colorretal sugerida em um hospital tinha o dobro do risco de morrer dentro de um ano se tivesse um cirurgião diferente quando readmitido. “Este fenômeno se aplica a especialistas e médicos generalistas”, disse Gray ao The Guardian. “Nós encontramos artigos que incluem cirurgiões e psiquiatras, então achamos que isso é um efeito humano que atravessa a medicina.”
Nem todos os estudos, entretanto, levaram em conta toda a gama de outras influências possíveis, como idade, sexo, tabagismo e status socioeconômico.
Dr. Frederico Lobo - Nutrólogo Joinville
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