Jejum intermitente: estratégia perigosa?


 

Disseminaram, recentemente, uma notícia que em um estudo encontrou-se prejuízo da função pancreática devido o Jejum Intermitente (JI) ao ponto de associar com o diabetes tipo 2. Primeiramente, a fonte disso é um resumo (o da foto) e, de fato, só temos ele até então; entrei em contato com a autora e os frutos originais do projeto serão colhidos nos próximos anos.

O resumo fala que o JI é difundido pela mídia e adotado por indivíduos que buscam rápida perda de peso. Isso é verdade, mas na ciência existem várias revisões propondo ações do JI em vias metabólicas que resultam na diminuição da glicemia e insulinemia; nelas constam autores renomados na área, como o Mattson (Marosi and Mattson, 2014; Martin et al., 2006; Mattson, 2014; Patterson et al., 2015).

Concernente a humanos, Halberg et al. (2005) utilizaram a técnica padrão ouro para analisar a ação insulínica antes e após período de JI, que é o ”clamp” hiperinsulinêmico-euglicêmico. No teste, houve maior captação de glicose, isso comprovado por diferença arteriovenosa!

Duas condições importantes no assunto são: controle dietético e exercício físico. Em um estudo coordenado por Paoli fizeram isso (Moro et al., 2016), no qual homens saudáveis experientes em treino de força submetidos a 8 semanas de JI (modelo 16/8) melhoraram a insulinemia e a glicemia, ao passo que grupo que utilizou fracionamento tradicional das refeições não.

Trepanowski et al. (2017) publicaram no JAMA International Medicine um estudo em que a insulinemia em jejum de pacientes obesos reduziu após 6 meses de intervenção tanto em um grupo que seguiu protocolo de JI quanto em outro que seguiu restrição calórica, sem ser JI (Trepanowski et al., 2017). E no tocante ao famoso jejum do Ramadã, nota-se também melhora clínica considerável da insulinemia e glicemia (Gnanou et al., 2015).

Uma coisa é falar que JI pode dar na mesma do que um plano alimentar com divisão tradicional do número de refeições, outra é falar que há prejuízos. Uma coisa é o jejum calórico em ratos que quando transmitimos para humanos corresponde-se a semanas, outra é montar um plano dietético de JI que vai ao encontro de comodidade e hábito do paciente.

Autor: Heitor Oliveira Santos (nutricionista)

Dr. Frederico Lobo - Nutrólogo Joinville
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