A Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma doença muito frequente no consultório do nutrólogo, principalmente por se tratar de uma patologia que acomete a maioria dos pacientes portadores de obesidade. O Refluxo fisiológico ocorre na maioria das pessoas, porém, quando a condição se cronifica, denominamos de DRGE. E o nutrólogo poderia auxiliar esse paciente? Sim, alguns alimentos pioram os sintomas e mudança no estilo de vida pode auxiliar na melhora dos sintomas.
É uma doença relativamente comum, na qual a secreção ácida presente no estômago vaza (sobe/retorna) de forma involuntária para o esôfago. Levanto a sintomas desagradáveis como sensação de azia, dor na região torácica, gosto amargo na boca, mau hálito, arrotos, sensação de pigarro na garganta, tosse seca, sinusite ou amigdalite de repetição.
Inúmeras podem ser suas causas:
Dentre os fatores de risco temos:
E se não tratado, o que pode ocorrer?
A exposição prolongada a esse conteúdo gástrico pode levar ao surgimento de esofagite, erosões esofágicas, úlceras, estenose do esôfago, alteração no esmalte dentário, rouquidão, sinusite e amigdalite de repetição, dor na deglutição, hérnia de hiato, esôfago de Barrett e câncer de esôfago.
E como a Nutrologia pode te auxiliar?
Primeiramente temos que fechar o diagnóstico da DRGE. Então solicitamos uma endoscopia e/ou pHmetria ou manometria. Além da solicitação da biópsia. Alguns pacientes podem apresentar uma patologia denominada esofagite eosinofílica e que tem muita correlação com o que é ingerido.
O tratamento medicamento se dá:
1) Com o uso de inibidores de bomba de prótons (os prazóis = IBPs), fármacos que diminuem a produção de ácido pelas células parietais.
2) Bloqueadores ácido competitivos de potássio: Fumarato de vonoprazana (P-CAB).
3) Substâncias antiácidas: hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, sucralfato.
4) Procinéticos: fármacos que aumentam a motilidade gástrica e com isso aumentando a velocidade do esvaziamento gástrico.
O Uso crônico dessas medicações deve ser desestimulado e o paciente deve ser orientado a SEMPRE retornar ao médico, caso os sintomas retornem. Jamais que se automedique. O uso crônico dessas medicações pode levar a deficiências nutricionais, favorecimento de alterações na microbiota intestinal (supercrescimento bacteriano), risco de osteoporose. Existe uma demonização dessas drogas por parte de alguns profissionais e isso também deve ser combatido. O surgimento principalmente dos IBPs revolucionou a gastroenterologia e salva vidas. O risco está no uso irracional e na automedicação.
Medidas eficazes para controlar os sintomas
Emagrecer para reduzir a pressão intra-abdominal: Essa é a medida que mais auxilia na DRGE, tanto pela redução da pressão intra-abdoninal, quanto pelos hábitos associados à perda de peso. Geralmente a pessoa em processo de emagrecimento ingere refeições menos volumosas, não deixa após se alimentar, pratica atividade física o que favorece o esvaziamento do estômago e peristaltismo. Evite usar roupas apertas, cintas, cintos apertados e se curvar sobre o alimento na hora da refeição. Lembre-se: cuidados nos exercícios que você faz, exemplo, abdominais e suas variações, legpress.
Atenção: a gestação favorece o aumento da pressão intra-abdominal, logo favorece refluxo que vai piorando ao longo da gestação.
Elevação da cabeceira da cama: Uma das causas do refluxo é justamente o EEI hipotônico (frouxo), logo, se você deitar, o conteúdo retornará para o esôfago,, já que não tem uma barreira mecânica efetiva para impedir essa volta. Sendo assim, se elevamos a cabeceira da fama, podemos evitar que esse conteúdo gástrico volte para o esôfago durante o sono e com isso os sintomas noturnos de pirose, regurgitação aliviam. Uma dica que dou é que você compre os pés de cama anti-refluxo. Na internet acha-se facilmente. A elevação de 10 a 15 centímetros já traz benefícios.
Dormir do lado esquerdo do corpo: Isso ocorre devido a angulação entre o estômago e o esôfago (conforme a imagem), evitando que o conteúdo residual presente no estômago reflua para o esôfago e assim permaneça no estômago.
Não deitar após as refeições maiores: Sabemos que após as refeições, ocorre um refluxo fisiológico, mas que você pode facilitar, caso resolva deitar após se alimentar. Ou seja, impeça a piora do que já é fisiológico. Espere pelo menos 3 horas entre o horário de deitar e a última refeição do dia. Ao longo do dia, após se alimentar, permaneça pelo menos 30 minutos na posição ereta (ortostática).
Fracione as refeições: Comer menor quantidade de alimentos, porém com uma frequência maior, ao invés de fazer 3 grandes refeições pode te ajudar a reduzir os sintomas. Quanto mais volume dentro do estômago, maior a chance do EEI não conseguir contê-lo dentro do estômago e com isso ele refluir para o esôfago.
Mastigue: Seu estômago não tem dente, muito menos o intestino. A mastigação é função dos dentes e que estão presentes na boca rs. Portanto, mastigue bem, isso facilitará a digestão e o peristaltismo.
Álcool e tabagismo: Evite ambos. Um tem ação irritante sobre a mucosa digestiva, já o cigarro diminui a produção de muco protetor do estômago.
Refluxo e alimentos
Alguns alimentos são clássicos em piora dos sintomas de refluxo mas, ao longo dos anos aprendi que cada paciente reage de uma forma a eles. Tem paciente que nega sintoma com o consumo de café. Outros já negam sintomas com uso de molho de tomate. Portanto, sempre deixo claro que não é uma regra, que alimentos “que relaxam o EEI” gerarão sintomas em todos os pacientes. Antes de pensar em quais alimentos aliviam ou pioram os sintomas tenha como base as medidas acima. O paciente deve evitar os alimentos e depois juntamente com o nutricionista, tentar uma reintrodução e observar como reage.
O que solicito ao Nutricionista na maioria das vezes:
Alimentos que podem relaxar o EEI, ou seja, favorecem que o conteúdo gástrico volte para o esôfago:
Alimentos que podem retardar o esvaziamento gástrico, ou seja, que favorecem que a comida permaneça mais tempo dentro do estômago e aumente o risco de refluir para o esôfago:Gorduras em geral: banha de porco, óleo de coco, gordura animal, frituras.
Fatores que retardam o esvaziamento gástrico:
Alimentos que podem agir como irritantes gástricos e esofágicos
Alimentos que estimulam a produção de ácido
Autores:
Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo – CRM-GO 13192 – RQE de Nutrólogo: 11915, CRM-SC 32.949, RQE de Nutrólogo: 22.416
Dra. Christian Kelly Nunes Ponzo – CRM-ES 9683, RQE de Gastroenterologista: 6354, RQE de Nutrologia: 6355
Rodrigo Lamonier – Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza – Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição.
Dra. Edite Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica – CRM-PE 23994 – RQE 9351
Dr. Frederico Lobo - Nutrólogo Joinville
CRM-SC 32949 | RQE 22.416
Telefone: (62) 99233-7973 (Whatsapp)
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