No texto: Como é a consulta com o Nutrólogo citei alguns instrumentos que utilizamos durante a avaliação nutrológica. Aqui citarei quais são eles e a função de cada um.
De modo geral, todos eles auxiliam o médico no exame físico e na quantificação de medidas, sejam elas circunferências, peso, força muscular. Fazem parte do arsenal propedêutico da Nutrologia. Dentre os instrumentos auxiliares ao diagnóstico em Nutrologia temos:
Fita métrica: para verificar a medida das circunferências: abdominal, cintura, panturrilha, braço, pescoço. É uma ferramenta barata, facílimo acesso e manejo. Serve principalmente para acompanhar os processos de emagrecimento, verificar a circunferência da panturrilha naqueles pacientes com suspeita de sarcopenia e a circunferência do pescoço nos com suspeita de Apnéia obstrutiva do sono. A circunferência abdominal tem forte correlação com presença de gordura visceral e aumento do risco cardiovascular.
Balança digital: para quantificar o peso do paciente. É importante salientar que peso é um somatório de massa magra (muscular e óssea), massa gorda, água corporal. Ou seja, sofre inúmeras variações, não refletindo 100% o emagrecimento ou ganho de massa muscular. Sempre oriento os pacientes a não ficarem obcecados com peso de balança. É uma ferramenta útil, mas que sofre interferências. Munido do peso e altura conseguimos calcular o Índice de massa corporal (IMC), uma medida simples, barata para estratificarmos se o paciente está ou não no peso ideal. Obviamente é um método falho, mas combinado a outros métodos nos ajuda a avaliar melhor o paciente. Algumas balanças possuem aclopada a ela o estadiômetro, uma régua que serve para estratificar a altura do paciente. Com isso calculamos o índice de massa corporal (IMC).
Adipômetro ou plicômetro: é um compasso que deve ser manuseado com a mão direita e com a mão esquerda pinçamos o tecido subcutâneo entre o polegar e o indicador, mas tendo o cuidado para que o músculo não seja pinçado junto. As extremidades do compasso são ajustadas perpendicularmente à prega a uma distância de aproximadamente 1 cm do ponto onde a prega foi pinçada, aguarda-se dois segundos antes de efetuar a leitura. Tem a finalidade de determinar através de equações o percentual de massa magra e massa gorda do paciente. É um método barato, porém exige experiência, ou seja, é um método operador dependente. Ao longo dos anos percebi que muitas vezes o percentual de gordura corporal pode dar até 15% de diferença quando comparamos a bioimpedanciometria com a aferição de dobras utilizando o adipômetro. Tenho no consultório, mas raramente faço, deixo para o meu Nutricionista utilizar na avaliação física dos pacientes.
Bioimpedância: aparelho que emite uma corrente elétrica e essa corrente sofre um impedindo em cada tipo de tecido do corpo. Ou seja, sofre uma resistência à medida que passa pelo tecido ósseo, pelo gorduroso, pelo muscular. Um software lê os dados encontrados e fornece o percentual de massa magra, massa gorda, taxa metabólica basal, agua corporal total. Algumas mais avançadas consegue fornecer até a quantidade de gordura visceral. A maioria dos planos de saúde cobrem o exame. Para a realização faz-se necessário um preparo prévio que inclui: evitar cafeína 24h antes do exame, não treinar 24h antes, não estar no período menstrual, boa ingestão hídrica no dia anterior, estar de jejum 4 horas. Não possuir marcapasso ou estar grávida.
DEXA (Dual Energy X-Ray Absorptiometry): é um aparelho de densitometria óssea, que fornece dados para um software e ele através de equações emite um laudo com o percentual de massa magra e massa gorda do paciente. Os compartimentos corporais são medidos pelo densitômetro, que traduz para porcentagens as imagens obtidas por um tipo especial de raio x dos diferentes compartimentos do corpo: tecido ósseo, muscular, de gordura e fluidos. Considerado o padrão-ouro para análise da composição corporal. É um aparelho caro e geralmente somente clínicas de radiologia fazem. A maioria dos planos cobrem. Utilizo muito em pacientes com suspeita de sarcopenia.
Calorimetria indireta: aparelho que capta a quantidade de CO2 eliminada e o volume de O2 consumido, em repouso e durante um intervalo de tempo. Com isso consegue-se estimar qual a taxa metabólica de repouso ou basal do paciente, além de saber quais substratos estão sendo utilizados: mais carboidrato, mais gordura ou mais proteína. Aparelho de custo alto e pouquíssimos estabelecimentos o fazem.
Dinamometria: aparelho que consegue quantificar a força dos pacientes nas mãos e com isso estima-se de forma indireta a força muscular global do paciente. Exame barato e o aparelho com custo acessível. Serve para acompanhar principalmente pacientes que desejam ganhar massa magra e força muscular. Utilizo em todos os meus pacientes no consultório.
Ergoespirometria: teste de esforço cardiopulmonar ou ergoespirometria é um método não invasiv0 que mede a capacidade do corpo de realizar as trocas gasosas, dando uma avaliação objetiva da capacidade e ou/ limitação ao exercício físico. Esta análise por sistemas computadorizados extremamente precisos e em tempo real, é realizada através do registro de importantes variáveis metabólicas e respiratórias. Com isso o médio consegue direcionar o treino ideal para o paciente. Em qual frequência cardíaca ele deve treinar para queimar mais gordura. Em qual zona ele deve treinar para melhorar o condicionamento cardiopulmonar.
Exames laboratoriais: todos os exames laboratoriais podem ser solicitados pelo médico nutrólogo, em especial as vitaminas, minerais. A maioria dos exames os planos dão cobertura, independente do médico ser credenciado ou não ao plano. Uma das normas emanadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que refletem diretamente no atendimento à população e, por conseguinte, na relação médico paciente, é a Resolução CONSU nº 8, que foi publicada 04 de novembro de 1998, que resolve, entre outras coisas: “Art. 2° Para adoção de práticas referentes à regulação de demanda da utilização dos serviços de saúde, estão vedados: VI – negar autorização para realização do procedimento exclusivamente em razão do profissional solicitante não pertencer à rede própria ou credenciada da operadora”. Ou seja, não existe lei que obrigue o médico a manter vínculo com algum plano de saúde, sendo uma questão de vontade própria. Portanto, essa regra determina que qualquer médico pode solicitar exames e procedimentos para pacientes que tenham plano de saúde, independente da vinculação ou não do profissional com ao plano. Isso aumenta a liberdade de escolha do paciente em optar pelo médico de sua preferência, tendo ainda a possibilidade de fazer todos os exames pelo plano de saúde
Outros:
Autor: Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo – CRM-SC 32.949 | RQE 22.416
Dr. Frederico Lobo - Nutrólogo Joinville
CRM-SC 32949 | RQE 22.416
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